sábado, 21 de janeiro de 2012

ASCO GI 2012

Fim do congresso, de certa forma desapontador. Nenhuma grande novidade, e discussões confusas, com pouca relevância científica. Em alguns casos fica óbvio e constrangedor o conflito de interesses presente. De qualquer forma, foi notável a presença de muitos oncologistas brasileiros no evento. E muito importante também citar que a imensa maioria estava presente nas apresentações, já que em muitos congressos o turismo e as compras são mais valorizadas que a parte científica...
Na minha opinião, as apresentações mais importantes foram:

- Abstract LBA385
Estudo prospectivo randomizado que avaliou em pacientes com câncer colorretal avançado politratados o uso de regorafenib (um inibidor de tirosina-quinase multi-alvo, mas com atividade principal em VEGF). Apesar dos resultados não serem espetaculares, houve benefício significativo em sobrevida global para os pacientes que receberam a nova droga, em relação a placebo. Como não há outra opção no momento para pacientes que já receberam fluoropirimidinas, oxaliplatina, irinotecan, bevacizumabe e cetuximabe - justamente a população do estudo - novas drogas são benvindas na prática clínica. Em um momento em que os ganhos em sobrevida livre de progressão são superexplorados, ganhos significativos em sobrevida global não devem ser menosprezados.

- Abstract 386
Estudo prospectivo randomizado que avaliou a associação de 'brivanib alaninate' ao cetuximabe em pacientes com câncer colorretal metastático refratário a esquemas quimioterápicos contendo irinotecano e oxaliplatina. Comparado ao grupo que recebeu cetuximabe isolado, a associação da nova droga não demonstrou benefício significativo em sobrevida global (o desfecho primário). Apesar de um pequeno benefício observado em sobrevida livre de progressão, basicamente o estudo foi negativo. Uma pena, já que o racional biológico era interessante.

- Abstract 156
Avaliação econômica e de desfechos em pacientes com câncer de pâncreas ressecável - comparando cirurgia primeiro, versus combinação de quimioterapia e radioterapia neoadjuvantes. Demonstrou-se que o tratamento neoadjuvante (utilizando quimioterapia baseada em 5FU) é vantajoso tanto do ponto de vista financeiro quanto do ponto de vista clínico. Na minha opinião, muda minha conduta neste tipo de pacientes.

Para ver mais sobre as apresentações, sugiro o site do evento (http://gicasym.org/).
Gostaria de ler mais opiniões sobre os trabalhos apresentados, com críticas e novos pontos de vista.


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Location:San Francisco

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