domingo, 19 de dezembro de 2010

FDA suspende aprovação do Avastin em câncer de mama nos EUA. Europa diverge.

O FDA (Food and Drug Administration) órgão que regulamenta as indicações de medicamentos nos EUA, nesta semana informou que tomará providências para suspender a aprovação do Avastin (Bevacizumabe) para pacientes com câncer de mama avançado.
O órgão havia concedido a aprovação inicialmente em caráter provisório, logo após publicação de artigo demonstrando que a associação do Bevacizumabe à quimioterapia convencional com Paclitaxel melhorava a taxa de controle da doença e a duração desse controle.
Após a publicação de outros estudos, avaliando a combinação do Bevacizumabe a outros tipos de quimioterapia, verificou-se que os resultados não são homogêneos, e que mais estudos talvez tenham que ser feitos para melhor identificar as pacientes que podem se beneficiar do uso do tratamento combinado. Após consulta a um grupo de especialistas, houve a recomendação de suspender a aprovação em bula. A alegação principal é que se utilizado em todas as pacientes os riscos de efeitos colaterais podem superar os eventuais benefícios.
A medida ainda não afeta pacientes e médicos. Durante um tempo, ainda não definido, o FDA manterá o registro em bula para que haja a possibilidade de discussão do assunto entre médicos oncologistas e pacientes.
No Brasil a ANVISA ainda não se pronunciou sobre o assunto, e o Avastin continua com sua aprovação mantida, em bula.
Na Europa, o EMEA, órgão que regulamenta as indicações no continente, afirmou que manterá a aprovação, cabendo aos médicos a discussão com os pacientes sobre a relação riscos/benefícios do Bevacizumabe.
Na minha opinião o tema é muito complexo, e envolve a discussão sobre o que esperamos das novas tecnologias, e o quanto estamos dispostos a pagar por pequenos avanços no tratamento do câncer. Realmente nem todas as pacientes têm a necessidade de usar o Bevacizumabe. Por outro lado, negar simplesmente o acessso a todas elas pode representar um retrocesso marcante.
O ideal seria programar mais estudos para tentar identificar pacientes que mais se beneficiam de cada tipo de tratamento, para maximizar os potenciais benefícios.

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