domingo, 19 de dezembro de 2010

FDA suspende aprovação do Avastin em câncer de mama nos EUA. Europa diverge.

O FDA (Food and Drug Administration) órgão que regulamenta as indicações de medicamentos nos EUA, nesta semana informou que tomará providências para suspender a aprovação do Avastin (Bevacizumabe) para pacientes com câncer de mama avançado.
O órgão havia concedido a aprovação inicialmente em caráter provisório, logo após publicação de artigo demonstrando que a associação do Bevacizumabe à quimioterapia convencional com Paclitaxel melhorava a taxa de controle da doença e a duração desse controle.
Após a publicação de outros estudos, avaliando a combinação do Bevacizumabe a outros tipos de quimioterapia, verificou-se que os resultados não são homogêneos, e que mais estudos talvez tenham que ser feitos para melhor identificar as pacientes que podem se beneficiar do uso do tratamento combinado. Após consulta a um grupo de especialistas, houve a recomendação de suspender a aprovação em bula. A alegação principal é que se utilizado em todas as pacientes os riscos de efeitos colaterais podem superar os eventuais benefícios.
A medida ainda não afeta pacientes e médicos. Durante um tempo, ainda não definido, o FDA manterá o registro em bula para que haja a possibilidade de discussão do assunto entre médicos oncologistas e pacientes.
No Brasil a ANVISA ainda não se pronunciou sobre o assunto, e o Avastin continua com sua aprovação mantida, em bula.
Na Europa, o EMEA, órgão que regulamenta as indicações no continente, afirmou que manterá a aprovação, cabendo aos médicos a discussão com os pacientes sobre a relação riscos/benefícios do Bevacizumabe.
Na minha opinião o tema é muito complexo, e envolve a discussão sobre o que esperamos das novas tecnologias, e o quanto estamos dispostos a pagar por pequenos avanços no tratamento do câncer. Realmente nem todas as pacientes têm a necessidade de usar o Bevacizumabe. Por outro lado, negar simplesmente o acessso a todas elas pode representar um retrocesso marcante.
O ideal seria programar mais estudos para tentar identificar pacientes que mais se beneficiam de cada tipo de tratamento, para maximizar os potenciais benefícios.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Justiça Federal derruba liminar e libera prática da ortotanásia no País

Com decisão, médicos poderão suspender tratamentos invasivos que prolonguem a vida de pacientes em estado terminal, sem chances de cura, de acordo com a vontade do doente ou de seus familiares. Não há uma indução da morte, como ocorre na eutanásia

A Justiça Federal revogou a liminar que suspendia a regulamentação da ortotanásia no Brasil. Em sua decisão, que deve ser publicada no Diário Oficial na próxima semana, o juiz Roberto Luis Luchi Demo julgou improcedente a ação do Ministério Público que apontava a inconstitucionalidade da medida. Dessa forma, os médicos ficam definitivamente respaldados para recorrer à prática.

Aceitação. Médicos que trabalham em UTI defendem cuidados paliativos e diminuição dos procedimentos desnecessários

A ortotanásia é a suspensão de tratamentos invasivos que prolonguem a vida de pacientes em estado terminal, sem chances de cura. Para isso, o médico deve ter a anuência do doente ou, se este for incapaz, de seus familiares. Ao contrário do que acontece na eutanásia, não há indução da morte.

São exemplos conhecidos de prática da ortotanásia o caso do papa João Paulo II, morto em 2005, e do ex-governador de São Paulo Mário Covas, que optou por passar os últimos momentos de vida recebendo apenas cuidados paliativos.

A situação vivida por ele levou à aprovação de uma lei estadual que dá aos doentes o direito de não se submeter a tratamentos dolorosos e inúteis quando não há chance de cura.

A prática está alinhada com o novo Código de Ética Médica (CEM), que entrou em vigor em abril deste ano e determina que o médico ofereça cuidados paliativos para deixar o paciente confortável e evite exames ou tratamento desnecessários que prolonguem o processo de morte.

"No código, colocamos a questão da ortotanásia de maneira mais branda, mas já apontamos o caminho dos cuidados paliativos", explica Roberto D"Avila, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM).

A polêmica. Embora nunca tenha sido considerada infração ética ou crime, muitos médicos hesitavam em praticar a ortotanásia por medo da reação dos familiares e dos colegas ou por convicção. Em 2006, o CFM aprovou uma resolução regulamentando a prática. O texto deixava claro que tratamentos desnecessários poderiam ser interrompidos quando não houvesse chance de cura. Isso inclui, por exemplo, desligar o aparelho de um paciente na UTI e deixá-lo passar seus últimos dias em casa, se essa for sua vontade. Mas o então procurador dos Direitos do Cidadão do Distrito Federal, Wellington Oliveira, entendeu que a ortotanásia não está prevista na legislação brasileira e a resolução estimularia os médicos a praticar homicídio. Ingressou com ação civil pública, alegando que somente uma lei poderia permitir tal prática. No ano seguinte, obteve liminar na Justiça Federal em Brasília suspendendo a resolução.

Em agosto deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) revisou a ação. A procuradora Luciana Loureiro, que sucedeu Oliveira no processo, afirmou que a ação confundiu ortotanásia com eutanásia.

Com base no novo parecer do MPF e outras manifestações favoráveis à ortotanásia, Luchi Demo julgou a ação improcedente. Em sua sentença, o magistrado relata que, após refletir muito sobre o tema, chegou à convicção de que a resolução do CFM não é inconstitucional.

"Alinho-me pois à tese defendida pelo Conselho Federal de Medicina em todo o processo e pelo Ministério Público Federal nas sua alegações finais, haja vista que traduz, na perspectiva da resolução questionada, a interpretação mais adequada do Direito em face do atual estado de arte da medicina. E o faço com base nas razões da bem-lançada manifestação da ilustre procuradora da República Luciana Loureiro Oliveira", diz o texto.

Repercussão. Em entrevista ao Estado, D"Avila comemorou a decisão e afirmou ter sido positiva a discussão que a ação do MPF suscitou na sociedade nos últimos três anos. "Isso ajudou a amadurecer o entendimento de que com o avanço da tecnologia é preciso impor limites para que não se prolongue o processo de morte inadequadamente", afirmou o médico.

Membros da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) também comemoraram a decisão, conta Rachel Moritz, Presidente do Comitê de Terminalidade da Vida e Cuidados Paliativos da entidade. "Essa discussão chegou à medicina intensiva há mais tempo, pois lidamos muito com alta tecnologia", explica. "Todos os médicos, quando entendem o conceito de deixar morrer no tempo certo, concordam com a ortotanásia."

A Igreja Católica, que em outras ocasiões havia se manifestado favorável à prática, considera uma boa notícia a revogação da liminar. "A Igreja considera imorais tanto a eutanásia como a distanásia. Nos dois casos, a vida humana é desrespeitada", afirma d. Antonio Augusto Dias Duarte, membro da Comissão de Bioética da Comissão Pastoral Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). "De qualquer forma, o texto da resolução do CFM poderia ser mais explícito", pondera d. Antonio. "Como trata da vida das pessoas com doenças incuráveis, deveria deixar claro que a eutanásia é um mal."

Fonte: O Estado de São Paulo
(Karina Toledo)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Carla Bruni deve inaugurar ala de hospital em Barretos

A primeira-dama da França, Carla Bruni, deve visitar Barretos (423 km de São Paulo) entre março e abril de 2011 para inaugurar um núcleo de cirurgia robótica no Hospital de Câncer. O Hospital de Câncer de Barretos é uma das principais referências no tratamento da doença no país.

Bruni vai ser a madrinha do IRCAD, instituto francês de cirurgia laparoscópica, que treina médicos para fazer cirurgias minimamente invasivas, utilizando auxílio de robôs.

O HC de Barretos é conhecido por batizar alas com o nome de artistas, com o objetivo de trazer divisas ao hospital. Além da inauguração da ala em Barretos, a primeira-dama usará sua popularidade para angariar fundos para o hospital. Carla Bruni também deve fazer um show em São Paulo em um jantar beneficente.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Medicamentos orais contra osteoporose podem aumentar risco de câncer de esôfago

Um grupo de drogas usadas para prevenir a perda de massa óssea em pacientes com osteoporose podem aumentar o risco do desenvolvimento de câncer de esôfago.
Essa foi a conclusão de artigo recente publicado no British Medical Journal, uma das mais respeitadas revistas médicas do mundo.
Pacientes que usaram os medicamentos (conhecidos como bisfosfonatos) por mais que cinco anos tiveram duas vezes mais chances de desenvolver câncer de esôfago do que os que nunca utilizaram.
Medicamentos da classe dos bisfosfonatos ajudam a manter a estrutura e a mineralização óssea. Eles foram associados a inflamações no esôfago, azia e náusea. O risco do desenvolvimento do câncer de esôfago é baixo, no entanto, especialmente se os pacientes não forem tabagistas. Os médicos pesquisadores informaram que não é necessário que as pessoas que estão usando os bisfosfonatos parem de utilizá-los, mas que discutam com seu médico os riscos e benefícios do seu uso.
Veja o resumo do artigo (em inglês) aqui.

CFM desiste de criar restrições para patrocínios de viagens a médicos

O Conselho Federal de Medicina (CFM) desistiu de fazer uma resolução para restringir a ida de médicos a eventos científicos com o patrocínio da indústria farmacêutica. A regulação específica do tema poderia gerar punições, entre elas até a cassação do médico que a desrespeitasse. Um eventual acordo com a indústria farmacêutica também foi protelado para mais discussões.
"Não queremos resolução proibindo. Seria difícil fiscalizar. Queremos agir na base do convencimento, da argumentação", afirmou o presidente do CFM, Roberto D’ Ávila.
No fim de junho, ao anunciar a promessa, D’ Ávida disse a um jornal que a restrição, especialmente para viagens de médicos que não vão apresentar trabalhos científicos, era um caminho sem volta. Afirmou ainda que, se não ocorresse acordo com a indústria, a medida seria feita via resolução e prometeu apresentar a proposta no dia 16 de julho.
A ideia, afirma agora o presidente do CFM, é buscar um "termo de ajustamento de conduta" com a indústria para evitar situações como a viagem patrocinada de profissionais que não apresentam trabalhos científicos nos eventos. Os médicos, no entanto, não poderão ser punidos com base nesse termo.
Segundo a reportagem do jornal O Estado de São Paulo apurou, houve forte reação de médicos, especialmente da Associação Médica Brasileira (AMB), e da indústria promotora de eventos.

Veja mais aqui.
Fonte: O Estado de São Paulo

sábado, 17 de julho de 2010

FDA questiona o uso de Bevacizumabe em pacientes com câncer de mama

 

A Agência de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA, pela sigla em inglês) questionou o benefício do uso do medicamento Bevacizumabe, produzido pela Roche, no tratamento do câncer de mama.

A agência disse que a magnitude de melhora vista entre mulheres tratadas com quimioterapia em conjunto com o Bevacizumabe, comparada com as que recebem apenas quimioterapia, "não é clinicamente significativa". A agência também disse que há mais efeitos colaterais sérios entre mulheres que usam o medicamento.

O FDA divulgou as informações em seu site hoje, antes da reunião do comitê consultivo que vai discutir no assunto na próxima terça-feira. O produto foi aprovado para tratamento do tipo mais comum de câncer de mama, em 2008, para uso combinado com o quimioterápico paclitaxel, sob um mecanismo conhecido como aprovação acelerada. Esse mecanismo permite que medicamentos sejam aprovados em estudos iniciais. As empresas têm de apresentar dados novos para conseguir a aprovação completa. No Brasil o Bevacizumabe não foi aprovado pela ANVISA para o tratamento do câncer de mama.

O principal estudo que sustentou a aprovação acelerada do Bevacizumabe mostrou que o medicamento aliado ao paclitaxel elevava em cinco meses a mediana do tempo para piora do câncer. Mas o estudo não mostrou aumento estatisticamente significativo na sobrevivência gerno tempo de vida total das pacientes – o que é considerado a medida ideal de eficácia.

O Bevacizumabe, com o nome comercial Avastin, é utilizado em vários países no mundo, associado à quimioterapia, também para neoplasias de intestino, pulmão e rim.

Fonte:  MedPage Today

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Médicos vão ter restrições para viagens patrocinadas para congressos

“O CFM (Conselho Federal de Medicina) vai limitar viagens de médicos para congressos com despesas pagas pela indústria farmacêutica, informa reportagem de Cláudia Collucci, publicada nesta quarta-feira no jornal Folha de São Paulo. Estará liberado só quem der palestras ou cursos nos eventos.

O presidente do CFM, Roberto D'Ávila, afirma que a decisão é um caminho sem volta. Se não houver acordo com os laboratórios, ela virá em forma de resolução. Segundo D'Ávila, a ideia é criar regras transparentes.

Estudos mostram que, ao oferecerem favores, determinadas indústrias obtêm vantagens na prescrição de produtos. Médicos concordam em evitar abusos, mas temem prejuízos à atualização profissional.”

Fonte (apenas para assinantes UOL ou do jornal): http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd3006201001.htm

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Clínicas de Oncologia: Esclarecimento aos usuários da UNIMED Campinas - restabelecendo a verdade dos fatos

“As clínicas de oncologia ao final assinadas, esclarecem, em respeito ao restabelecimento da verdade dos fatos, que:

  • Após mais de oito anos de relacionamento contratual, a Unimed Campinas impôs uma inviável condição comercial para renovar os contratos, a valer a partir de 01/12/2009, que, se aceita pelas clínicas, as levariam à completa insolvência financeira. Essa proposta trazia valores inferiores ao preço de custo dos tratamentos oncológicos, portanto, seria verdadeiro suicídio financeiro aceitá-la, não se tratando de mero desacordo comercial;
  • As clínicas de oncologia, responsáveis pelo atendimento de mais de 90% dos pacientes oncológicos adultos, se negaram a assinar os novos contratos, mas formalizaram inúmeras propostas de renegociação, todas rejeitadas pela Unimed, de modo que foram obrigadas a buscar o Poder Judiciário para restaurarem seu direito e de seus componentes, todos cooperados da própria Unimed;
  • A Unimed criou um serviço próprio de quimioterapia para servir de parâmetro para as clínicas de seus cooperados. Jamais comprovou essa condição, nem mesmo quando compelida a fazê-lo em juízo, razão pela qual os cooperados continuarão questionando a legalidade desse serviço pela via judicial, até porque revelou-se mero instrumento de concorrência desleal imposto aos próprios cooperados;
  • Os médicos oncologistas cooperados, que compõem as clínicas, enquanto perdurar essa lamentável situação, continuarão atendendo seus pacientes em consultas, lhes transmitindo sua opinião clínica, no entanto, a prescrição e a responsabilidade pelo procedimento quimioterápico, assim como seu acompanhamento, estarão a cargo, exclusivamente, dos médicos que os realizarem;
  • A Unimed Campinas tem sido alvo de dezenas de ações judicial e, certamente, mantida essa lamentável situação, outras tantas virão, pura e simplesmente porque seus usuários, pessoas físicas e jurídicas, continuarão a buscar, pela via judicial, o direito de livre escolha que lhes foi tolhido, ao suprimirem a possibilidade de escolha entre as renomadas clínicas oferecidas até dezembro/2009, restando-lhes, exclusivamente, um serviço próprio que não conta com o apoio sequer dos médicos oncologistas cooperados.

Campinas, 25 de maio de 2010.”

Oncocamp – Clínica de Oncologia Diagnose e Terapia

OCC – Oncologia Clínica de Campinas

IOC – Instituto de Oncologia Clínica

Oncologia e Hematologia de Campinas

Instituto do Radium de Campinas

Estudos do mês – junho de 2010

A partir deste mês, pretendo deixar aqui uma seleção de artigos altamente relevantes e que foram publicados recentemente. A princípio ficarão apenas o título em português e um link para o resumo original, em inglês.

Alguns deles serão selecionados para resenhas, ao longo do mês.

1) Retosigmoidoscopia flexível, realizada uma única vez, para rastreamento e prevenão de câncer colorretal: estudo prospectivo randomizado

2) Neurocognição em pacientes com metástases cerebrais, tratados com radiocirurgia ou com radiocirurgia associada à radioterapia de crânio total: resultados de um estudo randomizado

3) Estudo de fase III de bevacizumabe mais interferon em pacientes com câncer renal metastático: resultados finais de sobrevida global

4) Pazopanibe em pacientes com câncer renal metastático que progrediram com terapias prévias: resultados de estudo randomizado de fase III

5) Estudo randomizado comparando dose convencional e dose alta de radioterapia em pacientes com câncer de próstata localizado, em estágio inicial

6) Carboplatina e paclitaxel associados a vorinostat ou placebo em pacientes com câncer de pulmão do tipo células não-pequenas: resultados de estudo randomizado de fase III

7) Estadiamento pré-operatório em pacientes com câncer de pulmão: importância do PetCT

8) Gemcitabina sozinha ou associada à cisplatina no tratamento de pacientes com câncer de vias biliares: resultado de estudo randomizado

terça-feira, 25 de maio de 2010

Para tentar entender um pouco do problema da quimioterapia, na UNIMED Campinas

Junho de 2007 – anúncio da UNIMED Brasil

Sem aviso ou consulta prévia a qualquer cooperado, em junho de 2007 fomos surpreendidos por uma nota da UNIMED Brasil a seus associados:

“UNIMED CAMPINAS CRIA SERVIÇO PRÓPRIO DE QUIMIOTERAPIA AMBULATORIAL

As reformas do espaço de 800 m² em Campinas têm previsão de término no final do segundo semestre e terão um investimento de R$ 500 mil.

Música ao vivo e ambiente acolhedor são as promessas para o novo empreendimento. Emílio de Oliveira Issa, presidente da Unimed Campinas, diz que oferecer um atendimento humanizado é uma das prioridades do novo serviço próprio. “A comunidade perceberá que ofereceremos um local com um ambiente humanizado e tecnicamente correto”.

Fevereiro de 2009 – inaugurado o CQA

Ao contrário da previsão inicial, foram divulgados custos de aproximadamente R$ 1,8 milhões. Os custos reais foram solicitados pelos cooperados oncologistas. A diretoria da UNIMED Campinas negou a informação, com a alegação de serem dados “estratégicos”.

Foram contratados dois médicos oncologistas, não cooperados, assalariados (com salário equivalente a de diretores, segundo informação obtida verbalmente de um dos contratados) para conduzirem o serviço.

Dezembro de 2009 – anunciado o descredenciamento das clínicas de oncologia de Campinas

Nota de esclarecimento da UNIMED Campinas:

“O pedido de descredenciamento partiu das clínicas de Oncologia. A solicitação foi apresentada à Unimed Campinas no dia 01.12.2009 e, conforme previam os contratos, os atendimentos estenderam-se por mais 30 dias, sendo encerrados em 31.12.2009, sem qualquer prejuízo aos usuários da Cooperativa médica.

Para os pacientes em tratamento, o descredenciamento em nada alterará o atendimento, que prosseguirá até o seu término junto às clínicas que se descredenciaram, pois foram mantidas as cláusulas contratuais anteriores a 01.12.2009.

Já os novos casos, diagnosticados a partir de janeiro de 2010, estão sendo atendidos pelo Centro de Oncologia Ambulatorial da Unimed (CQA – serviço próprio da Unimed Campinas) e pelo Centro de Oncologia de Campinas (COC) e Centro Infantil Boldrini, que continuam como serviços credenciados da Unimed Campinas para os tratamentos quimioterápicos, mantendo-se, assim, o direito da livre escolha pelos pacientes.”

Maio de 2010 – anunciado novo “método” para avaliar se um paciente é “caso novo” e inviabilizar o tratamento nas clínicas:

1. Beneficiários que nunca tenham recebido terapia oncológica através do Sistema Unimed;

2. Beneficiários que não tenham recebido terapia oncológica parenteral, tratamento cirúrgico ou radioterapia por um período superior a um ano;

3. Beneficiários que apresentam mudança de diagnóstico, independentemente do tempo transcorrido entre o último tratamento e o novo diagnóstico.

A Unimed Campinas se propõe a realizar o pagamento dos medicamentos deste tipo de paciente através de crédito na produção médica dos cooperados – como se fosse honorário médico – do valor proposto por ela em tabela própria - equivalente a 5% menos do que o custo real. Contando com pelo menos 27,5% de prejuízo decorrente do imposto de renda retido na fonte, as clínicas teriam pelo menos 32% de prejuízo por cada tratamento efetuado.

Maio de 2010 – Instituto do Radium de Campinas é descredenciado completamente – inclusive para os casos antigos

Clínicas de Oncologia contra a UNIMED Campinas

Exigência da Unimed Campinas criou uma mudança radical na forma de remuneração de medicamentos que as clínicas oferecem aos pacientes

A criação de um serviço próprio de quimioterapia da Unimed Campinas criou transtorno nas clínicas de oncologia da cidade. Inaugurada no início de 2009, a unidade de tratamento de câncer da cooperativa fez com que o contrato com as clínicas Oncocamp, Oncomédica, OCC, IOC, Oncologia e Hematologia e Instituto do Radium sofresse uma exigência por parte da Unimed: a criação de uma tabela própria.
”Esses contratos estavam em andamento há nove anos. Antes essas clínicas tinham como base uma tabela da ABCfarma, onde os preços eram de fábrica - uma referência que as clínicas tinham para aplicar nos pacientes e os valores seriam restituídos com base na própria tabela. Agora, a Unimed simplesmente abandonou essa tabela e criou uma própria. As clínicas viram que essa lista não tinha vinculação com nenhuma outra, sendo os valores estipiuados arbitrariamente”, explica o advogado das clínicas, Paulo Fantoni ao ressaltar que a exigência da cooperativa criou uma mudança radical na forma de remuneração de medicamentos que as clínicas oferecem aos pacientes.
Em setembro de 2009 começou a negociação das clínicas com a Unimed Campinas para que esta exigência fosse revista. Sem obter sucesso, foram tentadas algumas alternativas que permitiam uma continuidade desses atendimentos nas unidades de oncologia. Porém, o novo contrato deveria ser assinado até dezembro de 2009 pelas seis clínicas de Campinas, que se viram sem alternativa e optaram por entrar na Justiça.
”Vínhamos negociando com a Unimed, mas ela se pôs muito intransigente nessa exigência. Agora as clínicas se viram numa situação sem poder continuar com o atendimento”, conta Fantoni. “Esse novo contrato não tem condição financeira de ser aceito.”
Até o momento, as clínicas entraram com duas ações na Justiça: uma que investiga o custo do Centro de Quimioterapia da Unimed; e uma proposta para tentar a manutenção do contrato anterior para os contratos novos.
De acordo com o advogado, a cooperativa de Campinas alega que o seu serviço próprio tem um custo operacional inferior aos das clínicas. “Queremos a apresentação desses custos. Eles precisam mostrar.”
Fantoni está confiante que a ação de manutenção do contrato será analisada pelo juiz, que vai notar o risco de descontinuidade do atendimento que o usuário pode ter com a suspensão do contrato.
O serviço de oncologia de Campinas e região era atendido quase que na sua totalidade por essas clínicas, segundo o advogado. Hoje, apenas os pacientes que já estavam em atendimento continuam com o serviço. “Sem atender novos casos, as clínicas estão tendo um custo muito alto e por isso há uma avaliação de que no curto prazo não seja mais possível continuar nem mesmo com os pacientes antigos. A receita das clinicas não vai ser suficiente para esses atendimentos”, ressalta. A situação pode deixar cerca de 700 pacientes em tratamento de câncer sem atendimento nos próximos três meses.
”Os médicos oncologistas cooperados, que trabalham nas clínicas, tentaram manter a realização dos procedimentos de quimioterapia, porém também foram proibidos de exercerem integralmente sua especialidade pela Unimed Campinas, ficando restritos ao atendimento de consultas”, conclui Fantoni.
Procurada, a Unimed Campinas informou por meio de sua assessoria de imprensa que não vai se pronunciar sobre o assunto.

 

Fonte: http://www.advsaude.com.br/noticias.php?local=1&nid=4201

terça-feira, 20 de abril de 2010

Lembrete de vacinação H1N1

Só para lembrar que pacientes com câncer, estejam ou não em tratamento, devem ser vacinados contra a vacina H1N1.

Entram na categoria de pacientes crônicos. A quimioterapia ou radioterapia não são contraindicações à vacina. Pelo contrário. Pacientes em quimioterapia, por exemplo, apresentam mais risco de quedqa da imunidade, e estão mais susceptíveis a complicações se foram infectados com o vírus da gripe.

Segue abaixo o calendário oficial da vacinação (em postos de saúde). A data limite para pacientes com doenças crônicas com menos de 60 anos foi extendida até 23 de abril. Quem quiser pode se vacinar fora do cronograma, ainda, em clínicas particulares.

cronograma _vacinacao_480

Associação de cisplatina à gemcitabina é importante para pacientes com câncer de vias biliares

O câncer de vias biliares é bastante conhecido por sua agressividade. Apesar de ser incomum, não se pode dizer que é uma neoplasia rara. Além disso, a mortalidade associada ao diagnóstico é bastante alta.

Quando o paciente apresenta doença metastática ou irressecável – que não é possível de ser retirada através de cirurgia – as opções de tratamento são bastante limitadas.

Até pouco tempo atrás, não havia estudos que demonstrassem claro benefício no uso de quimioterapia para o controle da doença. Assim, muitos pacientes recebiam apenas tratamentos sintomáticos, para tentar preservar a qualidade de vida. A indicação de tratamento quimioterápico era questionável, pois os efeitos colaterais do tratamento não são poucos. Quando os benefícios não são palpáveis, a relação malefício/benefício fica duvidosa ao paciente. O tempo médio de vida deste tipo de paciente sempre permaneceu por volta dos 6 a 8 meses.

No entanto, em 7 de abril deste ano foi publicado no The New England journal of medicine, uma das mais importantes revistas médicas do mundo, um estudo clínico envolvendo 410 pacientes de vários centros do mundo, que mudou um pouco nossa visão sobre a doença.

Os pacientes foram divididos em dois grupos, de forma aleatória. Um dos grupos, com 204 pacientes, recebeu quimioterapia com gemcitabina e cisplatina. O outro, com 206 pacientes, recebeu quimioterapia apenas com gemcitabina.

Sabe-se que a gemcitabina é pouco tóxica, e seus efeitos colaterais principais são hematológicos (anemia, queda do número de plaquetas, etc). E a cisplatina apresenta maiores riscos (náusea, vômitos, fraqueza, entre outros).

Mas os resultados desse estudo demonstraram que quem recebeu a quimioterapia mais agressiva (com cisplatina e gemcitabina) apresentou maiores taxas de controle da doença, e principalmente viveu mais tempo – tempo mediano de vida de aproximadamente 1 ano. Não parece muito (aproximadamente 4 meses de ganho), mas do ponto de vista estatístico é muito importante. A partir deste estudo, o novo tratamento padrão para este tipo de pacientes, quando possível, passa ser esta combinação de medicamentos.

Mais estudos devem ser feitos, para tentar aumentar as taxas de controle da doença, enquanto não há possibilidade de proporcionar chance de cura a estes pacientes.

Para ver a referência e o resumo original deste estudo, em inglês, clique aqui.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Como o câncer se desenvolve

Vídeo explicativo (em inglês) sobre as características celulares que dão origem ao câncer.

Tratamento individualizado contra o câncer

Atualmente pacientes com câncer recebem tratamento sugerido pelo seu médico com base em estudos clínicos que avaliaram previamente pacientes com doenças semelhantes. A estatística ajuda a definir qual a terapia mais indicada. O problema é que esta terapia não funciona para todo mundo.
A FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) anunciou projeto internacional sequenciará centenas de genomas de cânceres. Dados ajudarão a compreender melhor a doença e a explicar por que determinado tratamento funciona para uma pessoa e não para outra.
Veja mais na reportagem da Agência FAPESP de notícias.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Novo Código de Ética Médica

Hoje entra em vigor o novo Código de Ética Médica. Apesar de necessária uma revisão (a última havia sido em 1988), não acredito que haja motivos para tanta divulgação e entusiasmo.
O novo código não irá resolver os problemas de superlotação de hospitais públicos, da falta de médicos plantonistas, das imposições e restrições dos planos de saúde, da má remuneração dos médicos entre outros.
O antigo código já tentava restringir tudo isso.
De qualquer forma, acho que o tema pode trazer novamente para discussão os problemas da medicina no Brasil. E isso é positivo.

terça-feira, 30 de março de 2010

A histeria contra as vacinas

Ainda sobre o tema das vacinas, sugiro a leitura de um texto extremamente competente elaborado pelo site Ceticismo Aberto.

Vacinação para gripe H1N1 - esclarecimentos

Pacientes com câncer em quimioterapia devem se vacinar até o dia 2 de abril, seguindo calendário oficial.

Com grande atraso, o Ministério da Saúde finalmente divulga nota oficial desmentindo os "famosos" boatos sobre a vacina contra a gripe pandêmica H1N1.

A nota também cita, superficialmente, o fato de que alguns médicos se posicionaram contra a vacina. O caso mais grave foi o  do Dr. Ney Cavalcanti, que com posições pessoais questionáveis, lamentavelmente representou a Sociedade Brasileira de Diabetes.

Segue abaixo a nota na íntegra.

MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Assunto: Esclarecimentos sobre a vacina contra Influenza H1N1


Em decorrência de boatos sobre a vacina contra Influenza H1N1 que circulam na internet, a Secretaria de Vigilância em Saúde preparou o questionário abaixo para esclarecer as dúvidas sobre a vacina e a estratégia nacional de enfrentamento da pandemia. Repasse o conteúdo ou o link deste documento sempre que você receber o material falacioso.


O mercúrio presente na vacina causa autismo em crianças?
Não. A concentração de mercúrio é de 25 microgramas por dose de 0,5ml e é usada para evitar crescimento de fungos ou bactérias, no caso de a vacina ser contaminada acidentalmente na hora da punção repetida no frasco multi-dose. Esse mesmo conservante é utilizado rotineiramente em outras vacinas, como na Tetravalente indicada contra Difteria, Tétano, Coqueluche, Meningite e na Tríplice Viral,vacina contra Caxumba, Rubéola e Sarampo.


O timerosal, conservante antiséptico presente na vacina, pode causar autismo em crianças com disfunção mitocondrial e em adultos com disfunção hematoencefálica.
Estudos realizados em todo o mundo demonstram que o timerosal,desde 1930, tem sido amplamente utilizado como conservante em uma série de produtos biológicos, incluindo muitas vacinas. O uso nas vacinas tem por finalidade evitar o crescimento de bactérias ou fungos (micróbios), quando esta é contaminada acidentalmente, como no caso de punção repetida no frasco multidose. A concentração do timerosal na qualidade de conservante é de 0.01%, contendo, aproximadamente, 25 microgramas de mercúrio por dose de 0,5 ml, condição que tem mostrado ser capaz de impedir o crescimento de micróbios. Vacinas com estes tipos de conservantesjá são utilizadas desde 1930. Algumas delas são: DPT, Tetravalente, Febre Amarela, Dupla Viral, Triviral, etc. Em 2004, o Instituto de Medicina dos Estados Unidos convocou um comitê de Revisão de Segurança em Imunização OIMs examinou a hipótese de que as vacinas, contendo timerosal estariam causalmente associadas ao autismo e comprovou que as provas disponíveis rejeitam a existência de nexo de causalidade entre vacinas contendo timerosal e autismo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) defendeu o conservante timerosal para o uso nas vacinas, baseando-se em estudos que concluíram não existir evidências de contaminação em crianças ou adultos expostos ao timerosal, e que as vacinas que contém essa substância não aumentam a quantidade de mercúrio no organismo, pois este é expelido rapidamente, não se acumulando em função de repetidas injeções. Em face ao exposto, a CGPNI/DEVEP/SVS/MS reforça a conduta orientada por diferentes instituições de reconhecida credibilidade, as quais preconizam que, até o surgimento de novas evidências, a quantidade de timerosal contida nas vacinas não causa autismo ou qualquer outro problema para as pessoas vacinadas, não acarretando, portanto, efeitos danosos.


A vacina contém esqualeno, substância que afeta o sistema imunológico do indivíduo.
Os adjuvantes são substâncias que estimulam a resposta imunitária, permitindo reduzir a quantidade de material viral utilizado em cada dose e conferir proteção de longa duração. São produtos entre os quais se incluem certos sais de alumínio e emulsões (esqualeno e seus derivados) que são utilizados na composição de vacinas. E não causam danos ao ser humano.


A vacina contém células cancerígenas de animais que podem causar câncer em humanos.
Não. Isso é boato irresponsável.


Indústrias farmacêuticas receberam imunidade judicial quanto a ações ocasionadas por efeitos da vacina, como morte e invalidez.
Não temos essa informação. Vale registrar que o Ministério da Saúde, Agência Nac. de Vigilância Sanitária (Anvisa) e os laboratórios produtores detentores do registro são responsáveis por registrar, acompanhar e avaliar os casos de eventos adversos associados à vacinação. O sistema de vigilância de eventos adversos pós-vacinal do Ministério da Saúde possibilita a identificação precoce de problemas relacionados com as vacinas distribuídos ou pós-comercialização, com o objetivo de prevenir e minimizar os danos à saúde dos usuários.


Não há comprovação de que somente uma dose da vacina seja efetiva.
Errado. Estudos comprovam que a vacina é efetiva com uma dose única. As crianças entre 6 meses e menores de 2 anos devem tomar duas meias doses da vacina contra a Influenza H1N1, sendo que a segunda meia dose da vacina é aplicada 30 dias depois da primeira meia dose, para estarem protegidas do vírus da Influenza H1N1.


A gripe pandêmica foi uma criação da indústria financeira, uma vez que surgiu em plena crise mundial. Ela foi criada só para favorecer os laboratórios farmacêuticos, que vão ganhar mais dinheiro com a fabricação e venda de remédio e vacinas.
A situação epidemiológica da gripe no mundo e no país é monitorada de forma sistemática e real. O Brasil utiliza de Sistema de Vigilância Sentinela de Influenza desde 2000. Atualmente com 62 unidades de saúde responsáveis pela coleta de amostras e organização de dados epidemiológicos agregados por semana epidemiológica (proporção de casos suspeitos de síndrome gripal (SG) em relação ao total de atendimentos - % SG). Este sistema possibilita também a identificação dos vírus respiratórios que circulam no país, das novas cepas, o que contribuiu incisivamente a identificação da situação epidemiológica da gripe sazonal e pandêmica, assim como a adequação da vacina contra influenza utilizada anualmente e neste momento da operacionalização da vacinação contra a influenza pandêmica H1N1. O monitoramento por este sistema identificou em 2009, que desde o surgimento da pandemia, aproximadamente 70% dos vírus respiratórios que causavam síndrome gripal era o vírus influenza pandêmica (H1N1) 2009. Em alguns países este percentual chegou até 100%. O simples surgimento de casos de gripe em varios países causado por um novo vírus, já caracteriza a pandemia. Recomenda-se o seguinte endereço www.saude.gov.br eletrônico para acesso aos dados epidemiológicos referente à influenza no país.


A gripe é uma paranóia difundida pela mídia e financiada pelos laboratórios.
Respondido no item anterior.


A gripe Influenza H1N1 foi criada em laboratório como o objetivo de gerar um genocídio.
Em 24 de abril de 2009, sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) notificou aos países membros a ocorrência de casos humanos de influenza para um novo subtipo, à época denominado de A(H1N1) que vinham ocorrendo, a partir de 15 de março, no México e nos Estados Unidos da América (EUA). No dia 29 de abril de 2009, após a realização da terceira reunião do Comitê de Emergência da OMS, conforme estabelecido no RSI 2005, a Diretora Geral da OMS, Dra. Margaret Chan, elevou o nível de alerta da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) da fase 4 para fase 5. De acordo com a OMS, a fase 5 significa a ocorrência de disseminação do vírus entre humanos com infecção no nível comunitário em pelo menos dois países de uma mesma região da OMS (neste caso as Américas). Desde 11 de junho, segundo a OMS, a pandemia passou à fase 6, ou seja, já havia disseminação da infecção entre humanos, no nível comunitário, ocorrendo em diferentes regiões do mundo. Esta situação cumpria o critério para definição de pandemia estabelecida no Regulamento Sanitário Internacional. A origem deste vírus já vinha sendo detectada em casos isolados nos Estados Unidos, sem provocar epidemias até então, portanto não se trata de uma criação em laboratórios. Todos os fatos que ocorrem no Brasil e no mundo são minuciosamente acompanhados por este Ministério, que vem se preparando para o enfrentamento de uma segunda onda pandêmica desde 2009.


Anafilaxia, reação alérgica potencialmente fatal, é uma reação adversa pós-vacinação.
Anafilaxia é um evento raro que pode ocorrer com o uso de várias substâncias ingeridas ou introduzidas por via parenteral (muscular ou endovenosa) no corpo humano, incluindo alimentos, remedios, vacinas, entre outros. Se caracteriza por uma reação alérgica sistémica, severa e rápida a uma determinada substância, se apresentando com diminuição da pressão arterial, taquicardia e distúrbios gerais da circulação sanguínea, acompanhada ou não de edema de glote. Pessoas que são altamente alérgicas a gema de ovo não podem tomar vacinas que são produzidas a partir de gemas de ovos embrionários, como a vacina contra a Febre amarela, gripe comum e influenza H1N1. Os profissionais de saúde são capacitados para identificar essas pessoas altamente alérgicas no momento em que procuram um posto de vacinação.


Há evidências da síndrome de Guillain-Barré em muitas pessoas que tomaram a vacina nos outros países do mundo.
Não existe esta evidência nos países que já realizaram ou estão vacinando contra a influenza pandêmica. A síndrome de Guillain Barré é um quadro neurológico que tem etiologias diversas. Alguns países tem notificado a ocorrência de casos dessa Sindrome à OMS após a vacinação, entretanto, até o momento não foram relatados casos em que tenha sido estabelecida uma associação de causa e efeito entre o uso da vacina e a sua ocorrência.


Centenas de casos de paralisia dos nervos estão sendo associadas a essa vacina. Até médicos já disseram que não vão tomar.
Ver resposta acima.


A vacina contém traços de neomicina.
Sim, a vacina produzida pelo Laboratório Sanofi Pasteur. A neomicina é um antibiótico indicado para infecção bacteriana provocada por estafilococos ou outros microorganismos susceptíveis a este princípio ativo.


A vacina que venderam para o Brasil é vacina encalhada.
Todas vacinas adquiridas pelo Brasil foram compradas diretamente dos laboratórios produtores e por meio do Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde - Opas/OMS. Em nenhum momento, o país comprou ou recebeu doação de outro país. As negociações de aquisição de imunobiológicos contra H1N1 foram realizadas em novembro de 2009, quando não havia ainda aumento da oferta da vacina por baixa utilização especialmente nos países da Europa e Asia.


Há evidências de má formação fetal em gestantes que tomaram a vacina.
A vacina contra o vírus influenza pandêmico (H1N1) 2009 é segura e indicada para a gestante em qualquer idade gestacional. Na vacinação realizada no hemisfério norte não houve nenhum registro de má formação fetal relacionada a vacina. Esta indicação foi ratificada pela Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia - Febrasgo. Até o momento, não há relato de ocorrência de nenhum prejuízo sequer para a mãe e/ou para o feto.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Clínicas de Oncologia de Campinas ameaçam fechar

Caso não haja um acordo com a Unimed sobre o valor dos medicamentos, 700 pacientes em tratamento de câncer deixarão de ter atendimento nos próximos três meses

As clínicas de oncologia de Campinas, Oncocamp, Oncomédica, OCC, IOC, Oncologia e Hematologia de Campinas e Instituto do Radium de Campinas, podem, em três meses, parar totalmente o atendimento aos pacientes do convênio médico da Unimed. São mais de 700 pacientes em tratamento de câncer que terão que buscar outros locais para fazer quimioterapia. “A Unimed não quer negociar e se continuar assim, terei que fechar minha clínica”, revela Juvenal Antunes de Oliveira Filho, sócio da Oncocamp.

Tudo começou quando a Unimed impôs uma tabela de valores para pagamento pelos medicamentos utilizados nos tratamentos de câncer, que são inferiores aos reais gastos das clínicas, o que impossibilita o atendimento dos pacientes.

De acordo com o advogado das clínicas, Paulo Fantoni, diante da posição da Unimed Campinas, as clínicas de oncologia, responsáveis pelo atendimento de 90% dos pacientes adultos, se negaram a assinar os novos contratos, não podendo mais realizar quimioterapia em suas dependências. O atendimento para novos pacientes está suspenso a partir de janeiro deste ano.

"Os médicos oncologistas cooperados, que trabalham nas clínicas, tentaram manter a realização dos procedimentos de quimioterapia, porém também foram proibidos de exercerem integralmente sua especialidade pela Unimed Campinas, ficando restritos ao atendimento de consultas", explica o advogado.

O que isso significa aos usuários da Unimed que necessitam de tratamento de câncer? Significa que não mais poderão ter livre escolha do oncologista da sua preferência e para quem tenham sido encaminhados. Terão que utilizar um serviço impessoal, onde serão atendidos por um médico desconhecido, para quem não foram encaminhados, perdendo seu direito adquirido quando da opção pelo plano de saúde da Unimed, o de escolher livremente o médico com quem deseja se tratar.

As clínicas estão se mobilizando e pedindo a todo aquele que necessitar de tratamento oncológico pela Unimed Campinas que faça valer os seus direitos como paciente e consumidor. “Gostaríamos que os usuários da Unimed cobrem seus direitos e também encaminhe sua queixa a Agência Nacional de Saúde, Delegacia do Conselho Regional de Medicina, ao Ministério Público e Procon, para continuar exercendo seu direito de livre-escolha”, justifica Juvenal Antunes de Oliveira Filho.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Paroxetina e fluoxetina não devem ser usadas por mulheres tomando tamoxifeno, para câncer de mama

Paroxetina e Fluoxetina são uns dos mais comuns medicamentos antidepressivos utilizados na prática corrente, tanto para tratamento de depressão quanto para diminuição das ondas de calor (hot flashes) causadas pela menopausa e pelo tamoxifeno, em mulheres com câncer de mama.
Mas estudo recentemente publicado no British Medical Journal demonstrou que esses medicamentos podem trazer um sério risco às pacientes. Demonstrou-se que tanto a paroxetina quanto a fluoxetina interferem com o metabolismo do tamoxifeno, diminuindo ou mesmo abolindo sua eficácia na prevenção da recorrência do câncer de mama. Este tipo de interação medicamentosa é comum, mas é frequentemente desprezada por médicos e pacientes.
O tamoxifeno quando utilizado após a cirurgia diminui significativamente as taxas de recidiva e recorrência do câncer de mama, em mulheres antes e depois da menopausa. Para que as mulheres em tratamento não percam esse benefício, quando há indicação formal de uso de antidepressivos, os pesquisadores sugerem a utilização do citalopram ou da venlafaxina, que não alteram o metabolismo do tamoxifeno.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Justiça tem obrigado planos de saúde a custear tratamento domiciliar com quimioterapia oral

O desenvolvimento de novos medicamentos quimioterápicos tem tido dois objetivos. O primeiro, obviamente, é aumentar a eficácia do tratamento. Ainda estamos longe da cura, porém os avanços recentes nos trazem alguma esperança de pelo menos oferecer controle da doença a um grande grupo de pacientes. O segundo objetivo é diminuir os efeitos colaterais do tratamento - fazer com que o controle da doença seja feito preservando a qualidade de vida das pessoas.
Com este segundo objetivo em mente, muitas novos medicamentos vêm sendo trazidos para a prática clínica dentro de cápsulas ou comprimidos. A quimioterapia assim pode ser tomada em casa, evitando as longas aplicações endovenosas nas clínicas.
No entanto, grande parte deste avanço tem trazido complicações ao acesso aos medicamentos. Essas novas terapias geralmente têm alto custo, e planos de saúde e seguradoras têm tentado ao máximo evitar pagar este preço.
Com a alegação de que os contratos firmados com os usuários excluem fornecimento de medicamentos para uso domiciliar, a maioria dos planos de saúde negam de maneira sistemática a cobertura a este tipo de tratamento.
No entanto, a cobertura para tratamento antineoplásico (isto é, contra o câncer) é obrigatória por lei. E, citando a juíza Inês da Trindade Chaves de Melo em recente deliberação, a aplicação de quimioterapia oral "não se trata de mero fornecimento domiciliar de remédios, como analgésicos, ou antibióticos, mas de uma etapa integrante de todo o tratamento do paciente, que assim se beneficia com a redução do tempo passado no hospital, e tem, na melhoria da sua qualidade de vida, conforme relatam vários textos médicos, maior chance de sucesso no processo de reversão da enfermidade".
A Bradesco Saúde já foi notificada judicialmente da obrigatoriedade na cobertura de tratamento antineoplásico com medicamentos orais, em decisão de janeiro de 2010.
E recentemente, a empresa Amil também se viu obrigada por ação judicial a oferecer cobertura a tratamento com medicamentos quimioterápicos orais, no Rio de Janeiro.
Minha opinião é que não se pode restringir ou negar o acesso a terapias que tragam claros benefícios aos pacientes - seja em cura, em tempo de vida ou em qualidade de vida. Se o sistema de saúde suplementar foi criado com o objetivo de prestar serviços não disponíveis dentro do sistema público, que assim seja feito.
Até que consigamos fazer com que o Estado cumpra com sua obrigação de também prestar serviços adequados de saúde a toda a população.
Aguardo seus comentários abaixo. Participe!

Avastin não traz benefícios para pacientes com câncer de estômago

A indústria farmecêutica Roche adiantou resultados de estudo clínico informando resultados desapontadores de novo estudo clínico com seu medicamento Bevacizumabe (ou Avastin) em pacientes com câncer de estômago.
A adição do Bevacizumabe à quimioterapia aparentemente não aumentou o tempo de vida dos pacientes tratados. Os resultados do estudo serão apresentados no encontro anual da ASCO (o maior congresso mundial de oncologia), nos Estados Unidos, em junho.
O Bevacizumabe é um representante das novas drogas - anticorpos monoclonais - que atuam em um alvo específico. Ele é um medicamento antiangiogênico - impede que novos vasos sanguíneos se formem para "alimentar" os tumores em formação.
O Bevacizumabe é eficaz e com resutados animadores quando associado à quimioterapia no tratamento de alguns pacientes com câncer de intestino grosso, pulmão, mama, rim ou cérebro.
Atualmente, o tratamento indicado para os pacientes com câncer de estômago avançado é a quimioterapia convencional. Aparentemente, permaneceremos assim por mais algum tempo.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Aparelho de ultrassom portátil - nova realidade?

As indústrias de equipamentos de imagem (como GE e Siemens) têm frequentemente sido associadas à produção de novas grandes máquinas, do tamanho de carros populares, como Ressonâncias Magnéticas, Tomografias Computadorizadas, Pet Scan e outras.
Mas parece que essas empresas finalmente estão acompanhando a tendência dos MP3 e iPods, com a criação de aparelhos portáteis de ultrassonografia.
A idéia é possibilitar a realização de ultrasonografias em qualquer lugar em que o médico esteja. Assim como se faz com os estetoscópios, atualmente, para escutar principalmente pulmões e coração.
Resta saber o custo desta nova tecnologia, e se a acurácia dos exames será a mesma dos aparelhos maiores. O resultado das ultrassonografias geralmente depende muito da habilidade do médico que faz o exame, que é decorrente de muitos anos de treinamento.

Tubarões tem câncer também...

A seguir, link para excelente artigo do colega Dráuzio Varella, sobre automedicação, e sobre as ditas terapias naturais contra o câncer (incluindo a famosa cartilagem de tubarão).
http://www.drauziovarella.com.br/artigos/automedicacao.asp

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O diagnóstico de câncer de próstata pode aumentar o risco de suicídio e de morte por ataque cardíaco

Artigo publicado na última edição da revista científica Journal of the National Cancer Institute apresenta resultados de um estudo que sugerem um potencial novo problema para os pacientes com câncer.
Pesquisadores da Harvard Medical School acompanharam mais 340 mil pacientes com câncer de próstata nos Estados Unidos, de 1979 até 2004, em um dos maiores estudos observacionais apresentados. Cada paciente era acompanhado desde o diagnóstico até 12 meses depois.
Os resultados do estudo mostram que o risco de suicídio foi quase duas vezes maior, nos três primeiros meses após o diagnóstico. O risco de infarto agudo do miocárdio foi mais de duas vezes maior, no primeiro mês após o diagnóstico.
Esses resultados trazem preocupações quanto ao real benefício do rastreamento do câncer de próstata, com PSA e toque retal. Muitos pacientes são diagnosticados portadores de câncer de próstata através desses exames, mas apresentam uma doença indolente, que não trariam prejuízo, sintomas, ou risco de morte. Mas o diagnóstico pode aumentar a mortalidade, somente pelo fator psicológico envolvido.
O que podemos concluir, principalmente, é que fatores emocionais e psicológicos devem ser levados em conta pelos médicos, ao se fazer o diagnóstico e ao apresentar o resultado dos exames aos pacientes. A educação sobre o câncer e a desmistificação da doença também podem ajudar a diminuir os riscos.
O estudo original (em inglês) você confere clicando aqui.
O que você acha? Poste seu comentário abaixo.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

As 10 principais notícias sobre câncer em 2009

(segundo oncologistas dos Estados Unidos)

 

  1

O tratamento de menutenção, após quimioterapia, com rituximabe, aumenta a sobrevida global de pacientes com linfoma folicular
Junho de 2009

  2

Estudo confirma que eritropoietinas podem aumentar a mortalidade de pacientes com câncer
Maio de 2009

  3

Quimioterapia convencional é melhor do que capecitabina (um medicamento oral) no tratamento de pacientes com câncer de mama
Maio de 2009

  4

Radioterapia craniana pode ser omitida em crianças tratadas com leucemia linfoblástica aguda
Julho de 2009

  5

Efeitos colaterais tradios da radioterapia no tratamento da Doença de Hodgkin traz questionamentos sobre seu real valor
Junho de 2009

  6

Análise final demonstra que a vacina contra HPV para prevenção de câncer de colo uterino é segura e efetiva
Julho de 2009

  7

Hábitos de vida saudáveis melhoram a qualidade de vida dos sobreviventes a longo prazo de câncer
Maio de 2009

  8

Pacientes com câncer de intestino groso (colon e reto) que usam aspirina regularmente vivem mais tempo
Agosto de 2009

  9

Colonoscopia é o teste de preferência para rastreamento, segundo o Colégio Americano de Gastroenterologia
Março de 2009

10

Nova diretriz recomenda utilização de inibidores da 5-alfa-redutase para prevenção do câncer de próstata
Março de 2009