sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Associação de medicamentos pode aumentar a eficácia do tratamento do câncer de próstata avançado

O câncer de próstata é a neoplasia mais comum em homens, no Brasil e na maioria dos países do mundo.
Enquanto que nos estágios mais iniciais o tratamento é baseado em cirurgia ou radioterapia, quando há metástases o tratamento de escolha é a hormonioterapia, ou ablação hormonal.
As formas mais comuns de ablação hormonal são a aplicação de medicamentos injetáveis (como a goserelina, a busereloina e o leuprolide) ou a orquiectomia (retirada dos testículos). Este tipo de tratamento é chamado 'bloqueio central'.
Outra forma de controle da doença é a utilização de medicamentos na forma de comprimidos (como a flutamida, a bicalutamida, a ciproterona, entre outros). Este tipo de tratamento é chamado 'bloqueio periférico'.
Um estudo realizado no Japão avaliou a utilização das duas formas de tratamento combinadas (central + periférico), fazendo o chamado 'bloqueio hormonal completo'. Pesquisadores recrutaram 205 homens com câncer de próstata avançado, e os dividiram em dois grupos de forma aleatória.
Um dos grupos recebeu apenas medicamentos injetáveis (o bloqueio central). E o outro grupo recebeu tanto o tratamento injetável quanto a bicalutamida, um medicamento em comprimidos (o bloqueio completo).
Após acompanhamento dos pacientes por uma mediana de 2 anos e maio, os pesquisadores encontraram diferenças significativas no tempo de controle da doença, e no tempo médio de vida dos pacientes, entre os dois grupos. Quem utilizou apenas o bloqueio central apresentou uma chance 22% maior de morrer, durante o acompanhamento.
Estes resultados sugerem que o tratamento com o bloqueio hormonal completo pode ser necessário, para um melhor controle da doença. No entanto, outros estudos publicados anteriormente não haviam demonstrado essa diferença.
No momento, autoridades recomendam que sejam feitos novos estudos, ou que seja feita uma avaliação em conjunta, de todos os estudos já feitos até o momento com essas abordagens, para esclarecer conclusivamente qual a melhor forma de tratamento dos pacientes.
Hoje o ideal é o paciente conversar com o médico e discutir todas as possibilidades de tratamento possíveis, pesando seus riscos e benefícios.
Se quiser ver a fonte da informação, com o resumo do artigo (em inglês), veja na bibliografia aqui.

Vídeo explicando como ocorrem as metástases